A vida e a morte caminham juntas e escrevem poemas.
Encontros e partidas escrevem poemas.
Soube disso quando a morte me fez escrever.
Perder a presença física dói e na saudade que fica não cabe tentativa de mensuração.
Porque percebemos que a falta não pertence somente ao que era palpável. Não.
A falta é para além.
A falta do passado. A falta dos agoras.
A falta da expectativa de um encontro novamente. “Se vens às quatro, desde às duas horas já te aguardo”.
Saudades sentirá da ansiedade de esperar.
A falta de um encontro presente.
Desses que se sente a respiração.
Aos que se vão desejamos sempre luz divina e o colo de Deus.
Ficamos em oração lidando com um mistério tão real!
Aos que ficam aqui saudosos o consolo.
É o que podemos desejar em prece.
É que não há palavra e nem ato que possa afastar a dor de imediato.
A dor precisa ser sentida. É parte do processo do luto.
Um dia que vivemos é o suficiente para estarmos por aí sempre.
Continuamos habitando em memória.
Morremos, mas não findamos!
Somos para além do respirar.